Dobras de pele do Shar-Pei podem trazer problemas dermatológicos

Também conhecida como ‘dermatite de dobras’ está associado à umidade cutânea em área de pregas, que, associado ao calor, gera infecções oportunistas por bactérias e leveduras.



Além disso o câncer de pele é um problema que afeta comumente essa raça, especialmente o mastocitoma e melanoma, ambas neoplasias malignas, conforme elucidado por Fabiana.

Quando questionada se toda essa pele do Shar-Pei tem alguma função positiva na saúde e no organismo desses animais, já que o excesso de dobras confere apenas caráter estético específico para esta raça.

Quando ela foi trazida da China às Américas, optaram por dar preferência à cruzamentos de matrizes e paradores com mais dobras, pois acreditam conferir um aspecto de cão mais simpático, afável e com características de filhote que pareceriam permanentes.

Cuidados com a pele e a pelagem

O principal cuidado se deve a evitar umidade em dobras na face e restante do corpo do animal e, para isso, deve-se realizar a limpeza diária das dobras com discos de algodão, lenços umedecidos específicos para cães, sem álcool ou perfumes.

Realizar banhos regulares é importante para controle de oleosidade, uma vez que muitos têm predisposição à seborreia e alergopatias, como a dermatite atópica. O controle de ectoparasitas deve ser rigoroso, visto que também padecem de alergia à picada de pulgas e carrapatos.

Apesar disso, cães dessa raça não precisam, necessariamente, de um acompanhamento com veterinários que atuam na área de Dermatologia.

Em Shar-Peis que não tenham doenças crônicas de pele, uma consulta de orientações gerais sobre as características da raça, cuidados gerais e manejo adequado da pele é suficiente. Entretanto, Shar-Peis com doenças crônicas da pele devem ser acompanhados de forma regular, com certeza, para ajustes terapêuticos e monitoramento.

É importante que tutores de cães, no geral, independente de raça, se informem adequadamente sobre o animal que vão adquirir, até para entender as necessidades fundamentais do pet e racionalizar a respeito dos custos embutidos.

Shar-Peis precisam de banhos regulares com produtos específicos, controle de ectoparasitas frequente, boa ração, acompanhamento regular no veterinário e, em casos de alergias, o custo pode triplicar mensalmente até o fim da vida do pet.

Apesar das questões dermatológicas, é uma raça muito graciosa, divertida e companheira. Os tutores que têm um exemplar costumam adquirir outros cães da mesma raça.

Mais problemas importantes a se atentar com a raça Shar-Pei

A febre familiar dos cães Shar-peis Chineses (FFS) tem muitas características em comum com a Febre Familiar do Mediterrâneo (FMF) que afeta seres humanos. Essa síndrome em SPC também é conhecida como amiloidose renal familiar dos SPC, febre recorrente (recidivante) de origem desconhecida.

Sindrome do inchaço do jarrete (articulação dos ossos do tarso), febre do jarrete, febre do Shar-pei e sindrome da febre dos SPC. No Brasil, essa doença é conhecida como febre dos Shar-peis entre os criadores dessa raça.

O aumento crescente de criações de Shar-peis Chineses no Brasil e a progressiva difusão da raça no território nacional torna necessária a divulgação no meio veterinário da febre do Shar-pei Chinês, doença hereditária grave que pode levar os cães à morte quando adultos. O objetivo deste trabalho é descrever a história e os aspectos clínicos e patológicos de um cão Shar-pei Chinês com suspeita de desenvolver essa sindrome e divulgar informações sobre esta enfermidade no meio veterinário.

Os dados relativos ao animal e a história clínica foram obtidos através de consulta ao proprietário e veterinário responsável. Tratava-se de um cão, fêmea, Shar-pei Chinês, de três anos de idade.

Aos quatro meses e meio, esse animal desenvolveu lesões cutâneas eritematosas e não-pruriginosas. Aos seis meses, as lesões de pele consistiam em eritema e alopecia afetando inicialmente a região ventral e se expandindo para o resto do corpo com exceção da face.

O prurido era leve ou ausente. Esse animal foi tratado com anti-inflamatórios não-esteroidais, corticóides, antibióticos e acaricidas de uso dermatológico.

Entretanto, não houve melhora das lesões cutâneas. Biópsias de pele e outros testes laboratoriais complementares não foram realizados de modo que o diagnóstico etiológico da dermatose não foi estabelecido. A partir dos sete meses de idade, o canino começou a apresentar edema recidivante nos membros posteriores, afetando as articulações do jarrete.

Aos três anos de idade, o animal apresentou vômito, diarréia, anorexia, apatia, dispnéia e dificuldade de locomoção. Esses sinais clínicos foram observados durante três dias e, após esse curto período, o cão morreu e foi necropsiado.

Fragmentos de diversos órgãos incluindo os rins, figado, baço, pâncreas e tireóides foram colhidos à necropsia e fixados em formol tamponado a 10%. Um fragmento do rim direito fixado em formol foi embebido em solução a base de lugol por aproximadamente 5 minutos e em seguida mergulhado em ácido sulfúrico a 10% por cerca de 3 minutos.

Os tecidos colhidos à necropsia foram processados rotineiramente para exame histológico, incluídos em parafina, cortados a 5mm e corados pela Hematoxilina & Eosina (H-E) e impregnação pela prata de Gomori.

Adicionalmente, cortes histológicos de rim e de baço foram corados pelo Vermelho Congo. O método do permanganato de potássio para diferenciação entre amilóide do tipo AA [associado à amilóide, derivada da proteína SAA (proteína associada à amilóide sérico) produzida pelo figado] e amilóide do tipo AL [amilóide de cadeia leve, derivada das cadeias leves de imunoglobulinas (produzidas pelos plasmócitos)] foi utilizado em cortes histológicos de rim e baço que posteriormente também foram corados com Vermelho Congo.

À necropsia, foram observadas lesões macroscópicas típicas de um quadro de insuficiência renal crônica. Ambos os rins estavam diminuidos de tamanho. O rim esquerdo tinha tamanho menor que o rim direito (dois terços do rim direito).

Os rins estavam mais firmes, pálidos e possuíam superficie capsular irregular. Na superficie capsular e de corte do rim esquerdo, havia vários cistos de até 3mm de diâmetro.

A superficie de corte de ambos os rins era brancacenta, firme e com múltiplos pontos translúcidos de 1mm no córtex. Quando um fragmento de rim foi colocado em solução de lugol, observou-se que os diminutos pontos na região cortical dos rins ficaram marrons.

Estrias localizadas na região medular assumiram coloração semelhante.

Histologicamente, observaram-se, em ambos os rins, depósitos de substância fracamente cosinofílica e homogênea ou levemente fibrilar no tufo glomerular, principalmente no rim esquerdo. Esse material extra-celular também era observado em algumas áreas do interstício da região medular e em menor quantidade no córtex.

Na luz dos túbulos renais, havia quantidade moderada de cilindros eosinofilicos e hialinos (proteinose tubular). Observaram-se também fibrose intersticial leve e infiltrado linfoplasmocitário multifocal, leve, principalmente no córtex renal.
Material extracelular semelhante àquele observado no rim também estava presente no intersticio do pancreas e da tireóide e nas arteriolas do baço.

Nos cortes corados com Vermelho Congo, o material extracelular observado em diferentes órgãos e tecidos tornou-se verde birrefringente ao microscópio de luz polarizada.

Os depósitos de amilóide foram sensíveis ao tratamento com o permanganato de potássio, indicando tratar-se de amilóide do tipo AA. Na coloração da prata de
Gomori não foi observado espessamento das membranas basais glomerulares.
Neste caso, o diagnóstico de amiloidose AA generalizada de caráter familiar que afeta cães SPC foi baseado no histórico, achados clínicos e patológicos (macrocroscópicas, microscópicos e histoquimicos).

A lesão primária era de amiloidose renal que causou insuficiência renal e uremia. Sinais indicativos de uremia incluíam o quadro clínico observado alguns dias antes da morte e as úlceras bilaterais simétricas na lingua e as erosões no estômago observadas à necropsia.

Os dados epidemiológicos e clínicos observados neste caso são semelhantes aos descritos em casos da febre familiar dos cães Shar-peis Chineses. A FFS é uma doença hereditária autossômica recessiva. Entretanto, ainda não foi definido se essa é uma doença autossômica recessiva poligênica ou associada a um único gene.

A patogenia dessa enfermidade ainda não está totalmente esclarecida.

Acelera o processo de cicatrizaçãoAlergiaAlergia em gatosAlopecia em cãesAnimal balanceBanhoBarbatimaoBuldogue francesBuldogue inglesBulgogueBullBulldogBulldog francesBullgog inglesCalvície caninaCaspaCaspa caninaCicatrizante de curcuma para cachorroCicatrizante para dermatite petCicatrizante petCistoCoceirasCopaibaDapeDemodicioseDermatite alergicaDermatite em cãesDermatite seborreicaDermatite seborreica caninaFungosGatoGatosGoldenGolden retrieverHuskyHusky siberianoIrritação na peleLambedurasLepra caninaLuluLulu da pomeraniaMalasseziaMalassezia caninaMicosePele descamandoShar-peiSharpei