Alergia a pólens em animais, como tratar?

Com a chegada da primavera, os passeios com os animais de estimação se tornam mais frequentes. Com isso, os cuidados devem ser ainda maiores por causa da alergia ao pólen das plantas.

As reações alérgicas geralmente se manifestam como coceiras persistentes, entretanto, elas não têm cura, podem ser apenas controladas.

Coceira constante e lambedura na pele são os sintomas mais comuns das alergias em pets.

Estes sinais podem ser notados nas patas, face, pescoço, boca, orelhas e áreas próximas à base da cauda. Em cães, as alergias, frequentemente, são a causa primária de problemas de pele persistentes, embora seja importante notar que nem toda a coceira é devida a alguma alergia.



Quando o dono do pet notar algum dos sintomas citados, o indicado é procurar pelo seu médico veterinário, pois ele precisa descobrir do que se trata a alergia para, em seguida, iniciar o tratamento.

A alergia a pólen é difícil de tratar, porque o complicado é isolar o animal. Já a alergia à comida é mais fácil de ser controlada, porque depois que descoberto o motivo, é possível substituir o alimento evitando o contato com a substância que ele é sensível.

Alguns cachorros sofrem com outros tipos de alergias, como a de picada de pulga, ácaros, fungos e substância química.

A reação alérgica é bastante parecida em todos os casos. Por isso não se deve medicar sem a supervisão de um médico veterinário.

Pólens de gramíneas

As gramíneas constituem uma família muito extensa de plantas que crescem não só em pradarias e pastos mas também em zonas de escombros, em solos cultivados ou abandonados, ou ao largo das bermas dos caminhos; ou seja, em quase todas as partes desde o nível do mar até às zonas montanhosas.

Tipicamente, as gramíneas fazem parte da relva de qualquer jardim. São as responsáveis pela maioria das alergias a pólens.

Embora o pico máximo de polinização se situe entre os meses de abril, maio e junho, no nosso país é possível detectar pólens de gramíneas durante 10 meses por ano. Existe uma relação notável entre o clima e a polinização das gramíneas.

Assim, se as chuvas forem abundantes, a concentração do pólen na primavera é maior.

Pólen de ervas daninhas

As ervas daninhas, ou matagal, são o tipo de plantas que crescem nos bancos de areia, em planícies, nas bermas das estradas e margens de campos de cultivo.

A maioria das plantas que constituem este grupo têm a sua polinização máxima no verão, embora existam exceções; a paritária, para além de ser a espécie que mais alergia causa, tem um período de polinização longo (de março a outubro).

Pólen de árvores

O período de polinização das árvores costuma ser curto, pelo que os doentes costumam apresentar manifestações clínicas apenas durante breves períodos de tempo.

A polinização ocorre antes, durante ou imediatamente após o aparecimento das folhas; assim sendo, em climas moderados, a polinização termina quase no final da primavera, quando as árvores estão cheias de folhas.

Entre as árvores com pólens mais alergênicos destacam-se a oliveira e o salgueiro.

Recomendações para reduzir a exposição aos pólens

- Durante a época de polinização, evitar que o seu animal doméstico frequente as zonas de vegetação abundante. Sobretudo nas primeiras e últimas horas do dia.

- Arejar a casa durante as horas centrais do dia ou durante a noite.

- Evitar situações de alta exposição aos pólens para o seu animal de estimação, tal como cortar a relva na sua presença. Evitar o acesso a locais com sobrecarga de pólen como celeiros.

- Quando viajar no carro consigo, mantenha as janelas fechadas.

- Evitar saídas para o campo, passear em parques e zonas verdes em épocas de maior exposição, sobretudo nos dias secos, quentes e com muito vento.

- Banhos que permitam eliminar os agentes alergênicos depositados na pele.

dermatite atópica

dermatite atópica canina (DAC) é uma enfermidade crônica, de cunho alérgico, sendo considerada uma das dermatopatias mais comuns na clínica de cães. É caracterizada pela deficiência na barreira cutânea, que possibilita a penetração de alérgenos ambientais e microrganismos através da pele. Tais alérgenos incluem ácaros, fungos, leveduras, alimentos, pólen, poeira e outros.

A patogênese dessa enfermidade é complexa e pouco compreendida, porém, acredita-se que animais geneticamente predispostos possuem uma deficiência na barreira cutânea, seja absorvendo, inalando ou ingerindo alérgenos que
sensibilizam o sistema imunológico e irão ocasionar respostas de hipersensibilidade do tipo I causadas por aumento da imunoglobulina E (IgE). O diagnóstico é clínico e consiste em exclusão de outras patologias e por se tratar de uma patologia multifatorial a mesma não tem cura, porém é passível de controle.

O objetivo deste trabalho foi discorrer sobre os mecanismos da imunopatogenia, fatores predisponentes, manifestação clínica, diagnóstico e tratamento da DAC.

A dermatite atópica canina (DAC) é uma das dermatopatias alérgicas mais comuns na clínica de cães, é uma patologia hereditária, de origem multifatorial, que gera lesões pruriginosas na pele. Os animais afetados tornam-se sensibilizados a alérgenos ambientais como ácaros, fungos, leveduras, alimentos, pólen, poeira e outros.

A patogênese da doença ainda não é bem compreendida, contudo, acredita-se que os animais geneticamente predispostos possuem uma deficiência na barreira cutânea, absorvendo, inalando ou ingerindo alérgenos que sensibilizam o sistema imunológico e geram respostas de hipersensibilidade do tipo I, causadas por aumento da imunoglobulina E (IgE). Jaeger et al. (2010) ao analisarem 552 cães diagnosticados com a doença, provenientes de cinco centros de referência localizados na Austrália, Alemanha e Estados Unidos, concluíram que algumas raças como labrador retriever, golden retriever, bulldog, yorkshire, pastor alemão e cocker spaniel apresentam predisposição genética em relação à dermatite atópica.

A abordagem do paciente deve ser minuciosa e detalhada, sendo avaliado o histórico do animal, manifestações clínicas e descarte de doenças semelhantes através de exames complementares. Deve-se primeiramente realizar a exclusão de patologias que promovem prurido, como escabiose, malasseziose e foliculite superficial pruriginosa.

O diagnóstico diferencial para alergia a picada de ectoparasitas e reação adversa ao alimento também deve ser realizado.

A intervenção terapêutica deve se basear em alguns fatores, como sazonalidade, distribuição e porcentagem da pele acometida, gravidade da lesão e estágio da doença O tratamento pode ser tópico e/ou sistêmico, aliado a retirada do alérgeno do ambiente. Os fármacos mais utilizados são glicocorticoides para o controle da sintomatologia, porém, devido ao caráter genético da afecção há a necessidade do uso contínuo e vitalício de medicamentos, desta forma, novas drogas como ciclosporina, maleato de oclacitinib e lokivetmab estão sendo recomendadas devido seu menor potencial de efeitos deletérios, além de imunoterapia alérgeno-específica.

O conhecimento dos fatores predisponentes, da imunopatogenia e dos sinais clínicos permitem definir os meios para diagnóstico, estabelecer o diagnóstico diferencial e instituir a terapêutica mais adequada para o paciente.

IMUNOPATOGENIA

A pele, entre outras funções, atua como uma barreira anatomofisiológica contra agentes externos, desse modo protege o organismo em relação a agressão por fatores físicos, químicos, microbiológicos e patogênicos. A barreira cutânea, especificamente na camada mais externa da epiderme, chamada córnea, é formada por células envolvidas em uma matriz lipídica, os corneócitos, qualquer alteração na composição, estrutura e fisiologia dessas células, acarretará falha na função dessa barreira, que é proteger o organismo.

A dermatite atópica canina (DAC), segundo Silva et al. (2021), é uma patologia cutânea de natureza alérgica, recorrente e crônica, com sinais clínicos bem característicos, não possuindo cura, apenas seu controle. A DAC é considerada multifatorial e tem como agentes condicionantes: predisposição genética, defeitos na barreira cutânea, características do ambiente externo, alterações no sistema imune e estado de hipersensibilidade alérgica.

O animal portador tem seu sistema imunológico sensibilizado por antígenos que são absorvidos por via oral, percutânea ou inalatória, os quais produzem uma resposta de hipersensibilidade do tipo I conduzindo a produção de anticorpos IgE específicos.

De acordo com Casimiro (2017), os pacientes atópicos possuem uma barreira epidérmica anormal, com lamela lipídica desorganizada, com menor espessura e continuidade alterada, além de menores quantidades de ceramidas e aumento do teor de colesterol, facilitando a penetração de alérgenos e aumentando o contato com as células imunes epidérmicas, gerando uma superestimação da imunidade local inata e adaptativa. Essa ativação da imunidade ocasiona a liberação de mediadores inflamatórios, que pioram ainda mais as falhas na barreira epidérmica.

Após ocorrer o contato de alérgenos com a epiderme, as células do sistema imune da epiderme se sensibilizam, assim, as células portadoras de antígenos da epiderme, chamadas de células de Langerhans, captam e apresentam os antígenos aos linfócitos T-helper, os quais se diferenciam em linfócitos Th2, que produzem interleucinas IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-10 e IL-13, dando início a produção de citocinas e quimiocinas específicas para esse tipo de resposta, essas citocinas possuem a capacidade de induzir os linfócitos B a se diferenciarem em plasmócitos, e iniciar a produção de IgE alérgeno-específicas.

A entrada das IgE alérgeno-específicas na corrente sanguínea propicia a ligação com células específicas, na epiderme com as células de Langerhans, e com os mastócitos na derme.

A ligação com os mastócitos faz com que haja degranulação e liberação de mediadores pró-inflamatórios (histamina, proteases, quimiocinas e citocinas) na lesão da epiderme e derme.

Ao mesmo tempo em que ocorre a reação inflamatória, também há ação de granulócitos, linfócitos T e células dendríticas no local lesionado.
O aumento da quantidade de eosinófilos e a liberação das proteínas mediadoras pró-inflamatórias causam danos diretos à pele. O ato do animal de se coçar agrava a evolução da processo inflamatório podendo torná-lo crônico.

Os antígenos que desencadeiam a resposta imune da dermatite atópica canina são denominados alérgenos ambientais e são responsáveis por desenvolver reações alérgicas de hipersensibilidade do tipo 1, contribuindo para o desenvolvimento e agravamento da doença. Esses alérgenos podem ser pólen de árvores, flores, arbustos ou gramíneas, pó ou poeira doméstica, que incluem fibras de tecidos, escamas de animais e seres humanos, assim como partes de insetos e ácaros de poeira (Dermatophagoides pteronyssimus e Dermatophagoides farinae).

Além disso, bolores encontrados no solo, matérias orgânicas já em decomposição, ácaros encontrados em rações comerciais, penas e lã, também podem interferir no desenvolvimento dos sinais clínicos de DAC
O sinal clínico mais característico de animais portadores de DAC é a manifestação de prurido, que é uma sensação desagradável levando o animal a lamber, morder, coçar e arranhar a pele.

É a sintomatologia mais comum nas doenças dermatológicas e o mais frequente a se apresentar na clínica de pequenos animais. Esse sinal clínico serve de alarme e de proteção para a pele, alertando de possíveis substâncias prejudiciais a mesma. O prurido, pode se apresentar sem lesão visível ou com máculas eritematosas, e pode se pronunciar de maneira local ou generalizada e com grau de moderado a intenso.

Além disso, grande parte dos pacientes apresentam traumatismo autoinduzido, o que faz com que apareçam lesões secundárias, evoluindo para escoriações, alopecia autoinduzida, liquenificação e hiperpigmentação da pele e do pelo.
As regiões do corpo mais comumente afetadas são os membros distais (62-81% dos cães), face (27-57% dos cães), região ventral (39-66% dos cães), orelhas (48-60% dos cães), axilas, virilhas, períneo, zona ventral da cauda, região periocular e perinasal.

Pode ocorrer o aparecimento de lesões eritematosas, escoriações e edema. Em associação com essas lesões, infecções secundárias bacterianas e/ou fúngicas podem aparecer, e gerar um quadro dermatológico significativo, que incluem sinais como pústulas, pápulas, colarete epidérmico, alopecia focal ou difusa, acantose, feotriquia, liquenificação e hiperpigmentação.

Atualmente não há nenhum teste de diagnóstico definitivo para tal enfermidade.

Porém, para se chegar ao diagnóstico é de suma importância realizar uma anamnese detalhada do paciente, levando em consideração a idade de início das lesões e especialmente as áreas que foram acometida.

Acreditam que um conjunto de critérios pode elevar a eficiência e o auxílio no diagnóstico de dermatite atópica (DA). Para isto, é fundamental observar se o animal com idade inferior a 3 anos apresenta o prurido inicial sem o acompanhamento de lesões, se possui um estilo de vida dentro de casa, analisar se os pés estão afetados e se as orelhas possuem um aspecto côncavo e responsividade, inicialmente, à administração de glicocorticoides.

Pesquisadores do International Committee on Allergic Diseases of Animals (ICADA) atualizaram e elaboraram uma série de diretrizes que facilitam o diagnóstico e o tratamento da dermatite atópica canina. A utilização dessas diretrizes permite uma visão geral do diagnóstico, abrangendo três abordagens distintas, porém de forma complementar.

O primeiro critério consiste em rejeitar as outras condições de pele em que os sinais clínicos podem vir a se assemelhar ou se sobrepor à DAC.

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