Pets podem ter reações alérgicas após banho e tosa
Quem costuma fazer a barba ou se depilar durante o banho, sabe que basta o contato com a lâmina para a pele ficar irritada. Por menores que sejam, aquelas bolinhas, às vezes acompanhadas de vermelhidão, geram bastante incômodo.

Infelizmente, alguns cães podem sofrer com alergia durante o procedimento de banho e tosa, resultando em um quadro de irritação cutânea que, dependendo do caso, precisa de uma avaliação do veterinário.


Muitas vezes, nem o próprio tutor sabe que o cão tem alergia. De repente, ele toma um banho e começa a manifestar os sintomas! O papel do profissional é justamente saber como lidar com o cão, além de orientar corretamente o cliente para os próximos banhos.


A tosa higiênica, procedimento realizado no coxim plantar, região abdominal e ânus, com foco em melhorar a higiene do animal, é uma das tosas mais comuns em pet shops e, também, uma das principais responsáveis pelas reações alérgicas. Porém, isso não significa que os cães alérgicos não possam aproveitar os benefícios.

Para evitar reações, uma das possibilidades é fazer o procedimento na tesoura ou aumentar a altura da lâmina padrão utilizada, uma solução que não expõe tanto a pele do cão. O corte vai acabar durando menos tempo do que o habitual, mas vai garantir a higiene e diminuir os desconfortos causados por uma possível alergia.

Além do contato com a lâmina, existe outra situação que pode contribuir para um caso alérgico: o banho. Nesse quesito, tutores e profissionais precisam ficar atentos aos produtos que são utilizados durante o procedimento. Por aqui sempre indicamos produtos com ativos naturais como os da Animal Balance! Que cuidam da pele do seu animal sem sobrecarregar, além de ter um cheiro suave e não agredir o olfato sensível do cão.


Existem animais que podem ser alérgicos ao corante do shampoo ou, até mesmo, ao perfume.

As raças que têm mais propensão a esse quadro são cães com pele mais clara e sensíveis como, Bulldogs, Bull Terrier, American Pit Bull Terrier e Shih Tzu.

 É para evitar esse tipo de situação que as principais marcas de produtos cosméticos para pets já oferecem linhas hipoalérgicas e até terapêuticas. Quando o cão já tem o diagnóstico como alérgico, é possível até oferecer protocolos específicos para auxiliar no tratamento, ajudando no controle de fungos e até na regulação das glândulas sebáceas para evitar casquinhas e diminuir coceiras. Porém, o mais importante é que os produtos oferecidos sejam testados dermatologicamente e oftalmologicamente.


Por isso, antes de levar o cão ao pet shop, é importante que o tutor faça uma visita e conheça quais os cosméticos, e protocolos, disponíveis. Além disso, como a alergia pode não se manifestar imediatamente após o banho, é preciso ficar atento ao comportamento do animal para perceber a reação. Dependendo do caso, o tratamento é medicamentoso e precisa da orientação de um veterinário.


É importante salientar que alergias podem acometer cães em qualquer momento da vida, mesmo que ele não tenha nunca apresentado nenhum sintoma anterior. Ao perceber alguma alteração, é fundamental a comunicação ao profissional de banho e tosa. Ele é o responsável por adotar procedimentos e produtos específicos para evitar qualquer problema.

 

Estar atento a esses sinais é essencial para o bem-estar dos cães.

Dentre as doenças de pele, as dermatites alérgicas são as mais frequentes em cães, tanto na rotina diagnóstica de biópsias de pele quanto na revisão de prontuários de atendimento clínico ambulatorial.

Essas doenças caracterizam-se por inflamação crônica da pele, acompanhada de prurido e afetam humanos e animais de companhia, especialmente os cães.

As doenças alérgicas da pele de cães podem ter causas diversas e apresentar formas clínicas variadas como placas liquidificadas, e nódulos além das lesões auto-traumáticas induzidas pelo prurido. Essa diversidade de apresentações clínicas dificulta o diagnóstico clínico.

Para chegar a um diagnóstico dermatológico definitivo ou diferencial de dermatite alérgica é necessário realizar anamnese detalhada e exame físico minucioso, junto a métodos diagnósticos rotineiros como raspados de pele, exame micológico direto, tricogra-ma, exame citológico, cultura fúngica e bacteriana.

No entanto, os exames complementares podem não serem suficientes para o diagnóstico e nesses casos o clínico deve recorrer a biópsias e exames histopatológicos.

As doenças dermatológicas alérgicas mais comuns incluem a dermatite alérgica à picada de pulgas (DAPP), a dermatite atópica (DA), a hipersensibilidade alimentar (HA) e a dermatite alérgica de contato (DAC). A DAPP caracteriza-se por ser uma doença alérgica pruriginosa, em que as lesões, nos cães, localizam-se com maior frequência na região lombossacra, dorsocaudal, na base da cauda, períneo e na face caudomedial das coxas.

No exame histopatológico predomina infiltrado de eosinó-filos e células mononucleares na derme superficial. A DA é uma doença inflamatória e prurigino-sa da derme, predisposta geneticamente.

A face, focinho, carpos, extremidades distais, orelhas e as regiões ventrais são as áreas mais acometidas nos cães, e caracterizam-se histologicamente por discreta inflamação mononuclear perivascular na derme superficial.

A HA é uma doença pruriginosa localizada ou genera-lizada, não sazonal, que normalmente acomete orelhas, membros, região axilar ou inguinal, face, pescoço e períneo, provocando eritema e outras lesões como erupção papular e lesões secundárias por automutilação, com inflamação geralmente severa na derme que pode variar de focal a multifocal. A DAC caracteriza-se por uma reação de contato prolongado do alérgeno envolvido com a pele, que pode ser uma substância que não causa reação imedia-ta, mas tardiamente.

A reação de hipersensibilidade é do tipo IV, sendo desencadeada pelo contato da pele dos cães ao alérgeno, resultando em uma inflamação crônica. Torna-se necessário a realização de um estudo para se conhecer os aspectos clínicos e patológicos com o intuito de auxiliar os clínicos nos diagnósticos destas dermatopatias.

O presente trabalho teve por objetivo descrever os aspectos clínicos e histopatológicos das dermatites alérgicas em cães atendidos em clínicas veterinárias.

- MATERIAL E MÉTODOS

Foram acompanhados os atendimentos dermatológicos de cães em três clínicas veterinárias, sendo duas localizadas em João Pessoa e uma em Bayeux, pertencente a regiao metropolitana de loao Pessoa, Estado da Paraíba, no período de setembro de 2014 a setembro de 2015. Para o levantamento dos dados clínicos e dermatológicos foi utilizada uma ficha dermatológica adaptada de Souzal et al. (2009) e realizado exame clínico completo e dermatológico.

Todos os cães com lesões cutâneas foram submetidos a exames dermatológicos (citológicos, raspado de pele, parasitológico, tri-cograma, bacteriológico, micológico e histopatológico. Os diagnósticos clínicos dermatológicos foram estabelecidos seguindo os critérios e padrões a descritos.

As biópsia de pele, foram obtidas após os cães terem sidos sedados com xilazina 2% na dose de 0,5mg/kg/pv, cetamina a 10 % na dose de 10mg/kg/pv e lidocaína a 2% na dose de 7mg/kg/ pv. Todas as biópsias foram incisionais, dando-se preferência aos sítios onde se encontravam mais lesões primárias e não tratadas, como maculas, papulas, vesiculas, pustulas e vergoes. Nos casos em que o animal não apresentava mais lesões primárias, foram colhidas amostras das lesões secundárias como escamas, crostas, úlceras, comedões e escaras (Hargis & Ginn 2013). As amostras colhidas para o exame histopatológico foram fixadas em solução de formalina a 10%, processadas rotineiramente para histologia.

O diagnóstico de dermatite alérgica foi realizado com base no histórico clínico, nos exames dermatológicos, resultados de exames laboratoriais complementares (hemograma e bioquimicas séricas), histopatológicos e em alguns casos no acompanhamento.

- RESULTADOS

No período de setembro de 2014 a setembro de 2015 foram atendidos 596 cães, sendo 299 (50,2%) machos e 297 (49,8%) fêmeas. Destes 152 (25,5%) apresentaram lesão dermatológica, dos quais, 90 foram submetidos à biópsia de pele, onde 24 (15,79%) tiveram diagnóstico de dermatite alérgica, destes 12 eram machos e 12 fêmeas. Dezesseis tinha raça definida, oito eram sem raça definida (SRD) e a idade variou de três meses a 15 anos, com média de 5,8 anos. Os dados referentes a raça, sexo, idade e o diagnóstico das dermatites alérgicas foram descritos no quadro 1.

As lesões macroscópicas observadas foram agrupadas no quadro 2, de acordo com o tipo da lesão e a localização, tomando-se como base Hargis & Ginn (2013).

Em todos os casos foram frequentes as lesões crônicas, caracterizadas por hipotricose, alopecia, máculas, erosões e úlceras, sempre acompanhadas por prurido. em nenhum caso foi descrito histórico de prurido sazonal.

As lesões microscópicas foram agrupadas no quadro 3, de acordo com a localização anatômica específica para a epiderme, derme superficial e profunda

A dermatite atópica foi a mais frequente, diagnosticada em 58,33% (14/24) dos cães acometidos por dermatite alérgica, sendo oito machos e seis fêmeas, com idade variando entre três meses e oito anos de idade. As raças acometidas foram Pitbull, Pinscher; Labrador e SRD com dois casos cada. Com um caso foram acometidas as raças Pood-le, Cocker Spaniel, Pastor Alemão, Pug, Teckel e Labrador:

Dos cães com DA, três tiveram infecção bacteriana secun dária por Staphyloccus aureus, dois por Demodex canis e um por Malassezia pachydermatis.

As lesões macroscópicas da DA consistiram em erosões 64,29% (9/14), comedões 57,14% (8/14), hipotricose 50% (7/14), colaretes epidérmicos 50% (7/14), Costas 42,86% (6/14), máculas 35,71% (5/14), descamação 35,71% (5/14), alopecia 35,71% (5/14), seborreia 28,6% (4/14), xerose cutânea 21,43% (3/14). pápulas 21,43% (3/14), pústulas 14,3% (2/14), hiperpigmentação 14,23% (2/14), eritema 7,14% (1/14), escoriações 7,14% (1/14), úlceras 7,14 (1/14), exsudato 7,14% (1/14) e hipopigmen-tação 7,14% (1/14).

As lesões da DA ocorreram em diferentes sítios anatômicos como região lombossacra 57,14% (8/14), toraco-lombar 57,14% (8/14), abdominal 42,86% (6/14), axilar 35,71% (5/14), cabeça 35,71% (5/14), membros torácicos 21,42% (3/14), região cervical 21,42% (3/14), flancos 21,42% (3/14), região sacral 14,29% (2/14), região perineal 14,29% (2/14), membros pélvicos 7,14% (1/14) e o pavilhão auricular 7,14% (1/14) (Fig.1A,B).

As lesões microscópicas observadas foram hiperceratose 100% (14/14) variando de leve a acentuada; acantose 100% (14/14) de leve a moderada; espongiose 100% (14/14) de leve a acen-tuada; exocitose de linfócitos na epiderme 35,71% (5/14)| de leve a moderada; pústulas 28,57% (4/14) de leve a acen-tuada; úlceras 21,42% (3/14) de leve a acentuada e acantólise moderada 7,14% (1/14).

Na derme havia perivasculite em 100% (14/14) de leve a acentuada; perianexite 85,71% (12/14) de leve a acentuada, edema 78,57% (11/14) de leve a acentuado, moderada dilatação de vasos linfáticos 35,71% (5/14), incontinência pigmentar 28,57% (4/14) leve e dilatação da glândula sudorípara 14,23% (2/14) de leve a moderada. Em todos os casos de DA foi observado infiltrado inflamatório de células mononucleares (Fig.2A,B).

Nos casos de infecções bacterianas secundárias, foi adotada terapia com cefalexina na dose de 30mg kg/pv a cada 12 horas por 10 dias. Nas infecções por fungos foi instituído terapia a base de itraconazol na dose de 5mg/kg/pv a cada 24 horas por 30 dias.

O tratamento específico para DA foi realizado usando-se corticoterapia a base de predinisolo-na na dose de 1mg/kg/pv a cada 24 horas durante 10 dias.
Em um caso foi necessário o uso de ciclosporina na dose de 5mg/kg/pv a cada 24 horas por tempo indeterminado.

Para todos os casos foi recomendado o uso de nutracêutico a base de ômega 3°, com o objetivo de diminuir a xerose dérmica e desempenhar efeito anti-inflamatório.

A hipersensibilidade alimentar representou 25% (6/24) dos casos de dermatites alérgicas estudadas, sendo quatro fêmeas e dois machos, a idade variou de dois anos a dez anos de idade. As raças acometidas foram SRD com quatro casos, Akita e Labrador um caso cada. O exame clinico der-matológico evidenciou prurido localizado não sazonal, feri-mentos secundários ao prurido, áreas hipotricóicas, áreas alopécicas. Três cães eram alimentados com comida casei-
ra e ração comercial e os demais recebiam somente ração comercial. As lesões macroscópicas caracterizaram-se por erosões 100% (6/6), hipotricose 66,66% (4/6), máculas 50% (3/6), comedões 50% (3/6), eritema 33,33% (2/6), alopecia 33,33% (2/6), escoriações 33,33% (2/6), hiper-pigmentação 33,33% (2/6), colaretes epidérmicos 16,66% (1/6); descamação 16,66% (1/6), úlceras 16,66% (1/6) e exsudação 16,66% (1/6). As localizações mais frequentes das lesões foram nos flancos 50% (3/6); cabeça 33,33% (2/6), membros torácicos 33,33% (2/6), região toraco-lombar 33,33% (2/6), região lombossacra 33,33% (2/6), abdome 16,66% (1/6), região axilar 16,66% (1/6), região toracodorsal 16,66% (1/6), região pré-escapular 16,66% (1/6), região cervical 16,66% (1/6) e no pavilhão auricular 16,66% (1/6).

As lesões microscópicas da HA na epiderme caracteri-zaram-se por hiperceratose 100% (6/6) que variou de leve a acentuada; acantose 100% (6/6) de leve a moderada; es-pongiose 100% (6/6) de leve a acentuada e úlceras 33,33% (2/6) de leve a acentuada. Na derme foi observado perivas-
culite 100% (6/6) de leve a acentuada; perianexite 83,33% (5/6) de leve a acentuada; edema 83,33% (5/6) de leve a moderado; leve incontinência pigmentar de 16,66% (1/6) e dilatação de vasos linfáticos 16,66% (1/6) leve. Foi observado infiltrado inflamatório de células mononucleares que variou de leve a acentuado em todos os casos.

Além dos exames clínico, dermatológico e histopatológico.

O diagnóstico de HA foi confirmado pela introdução da dieta de substituição (ração com proteina de cordeiro) associada à administração de predinisolona na dose de 1mg/ kg/pv a cada 24 horas, por sete dias. A dieta de substituição foi emprega como única fonte de alimentação durante quinze dias. Após esse período o prurido cessou, as lesões cicatrizaram e as áreas hipotricóicas repilaram novamente.

A dermatite alérgica de contado (DAC) representando 8,33% (2/24) foi diagnosticada em dois cães sem raça defi-Pesq. Vet. Bras. 37(3):248-256, março 2017 sendo um macho 50% (1/2) e uma fêmea 50% (1/2)| com oito e nove anos, respectivamente. Um caso resultou de dermatite alérgica de contato à lã de algodão e o outro ao contato com desinfetante para limpeza do ambiente onde o cão habitava. O animal que apresentou DAC à lã de algodão tinha como histórico clínico um ferimento ulcerado único com exsudato, durante uso de roupa cirúrgica de tecido de algodão. Foi realizada terapia tópica por oito dias, não sendo observada a regressão da lesão, posteriormente realizou-se biópsia para exame histopatológico.

Em que se observou hiperceratose (paraceratose), acanto-se, espongiose e presença de úlcera extensa na epiderme Caracterização clínica e histopatológica das dermatites alérgicas em cães. Na derme superficial foi observado edema e infiltrado inflamatório eosinofílico, com alguns mastócitos e macrófagos, colagenólise e paniculite (Fig.4B). Após sete dias da retirada da roupa cirúrgica a lesão recrediu e a região repilou. A DAC ao desinfetante acometeu um cão 50% (1/2) macho, SRD, de oito anos de idade, com histórico de lesões de pele a mais de um ano, associado a prurido locali-zado.

O exame clínico dermatológico evidenciou a presença de comedões, colaretes epidérmicos, eritema, ulcerações, hipotricose e xerose epidérmica localizados nos flancos e abdome. No exame histopatológico os achados observados consistiram em hiperceratose, acantose, espongiose, ede-ma, infiltrado inflamatório de células mononuclear localizado ao reaor de vasos perivascunte e anexo perlane-xite) e parte desse infiltrado se estendia para interface. A terapia instituída foi a base de predinisolona 1mg/kg/pv a cada 24 horas, por 7 dias e a retirada do desinfetante na limpeza do ambiente. Com regressão das lesões e do prurido após quinze dias.

A dermatite alérgica por picada de pulga (DAPP) acometeu um cão 4,17% (1/24) macho, da raça Pastor Alemão de quinze anos de idade. O animal apresentava histórico de prurido localizado associado a ferimento ulcerado com exsudação.

No exame clínico dermatológico foi observado alopecia, hiperpigmentação, eritema, ferimento exsudati-vo e presença de pulgas na região lombossacra.

O exame citológico do exsudato evidenciou infiltrado inflamatório neutrofilico (piodermite superficial). No exame histopato-lógico da biópsia de pele verificou-se hiperceratose (para-ceratose), acantose e espongiose moderada (Fig.5A,B), com presença de úlceras superficiais, edema, infiltrado inflamatório acentuado formado por mastócitos, eosinófilos, linfócitos e plasmócitos ao redor de vasos e anexos e dilatação de glândulas sudoríparas.

Para o tratamento foi utilizado enrofloxacina 5mg/kg/pv a cada 24 horas, por sete dias, e Nitenpiram 57mg em dose única. Após quinze dias a lesão regrediu e o pelo voltou a crescer:

A dermatite por hipersensibilidade a medicamento (far-macodermia) foi diagnosticada em um cão 4,17% (1/24) fêmea da raça Buldog Francês de um ano e meio de idade, com histórico de alopecia e prurido localizado que evoluiu para liquenificação, ulceração e exsudação. Na anamnese o proprietário informou que aplicou antibiótico (sulfameto-xazol associado à trimetoprina) para tratar diarreia e lesão da pele surgiu poucos dias após a aplicação. No exame clínico dermatológico revelou alopecia, erosões, liquenificação e úlceras localizadas na região toracolombar. No exame his-topatológico foram observados hiperceratose e espongiose moderada, acantólise acentuada (Fig.6A,B) e pústulas epidérmicas.

Na derme foi observado edema leve, infiltrado inflamatório neutrofílico circundando vasos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. Foi realizada terapia a base de predinisolona na dose de 1mg/kg/pv a cada 24 horas, por sete dias. Após cinco dias observou-se desaparecimento do prurido, e regressão do ferimento em dez dias.

- DISCUSSÃO

O diagnóstico de dermatite alérgica foi realizado com base no histórico do animal, exame clínico geral e dermatológi-co, associado à avaliação dos padrões histopatológicos das lesões cutâneas. Outros estudos de doenças alérgicas demonstram que não há nenhum exame que substitua uma anamnese completa e um exame físico detalhado, mas quando o processo de doença não responde à terapia ou o diagnóstico clínico permanece duvidoso, a biópsia é uma ferramenta extremamente valiosa. 0 exame histológico permitiu determinar a distribuição da lesão cutânea, tipo de resposta inflamatória e em quase todos os casos o padrão de lesão permitiu aferir o tempo de evolução da lesão.

O prurido observado nos cães com dermatite alérgica resultou em extensas áreas ulceração e infecções bacterianas e fúngicas, agravando o quadro clínico dermatológico.

Apesar da piodermite e a dermatite fúngica serem consideradas diagnósticos diferenciais, essas lesões geralmente ocorrem como doenças secundarias na dermatite alérgica.

Em geral esse conjunto de lesões causa repulsa fazendo com que os proprietários procurem atendimento veterinário.

Não foi observada predisposição quanto ao sexo, semelhante ao que é descrito na literatura por Gross et al.

A idade dos cães apresentou uma grande variação neste estudo, essa característica também foi demonstrada por Souza et al. (2009) e Nagelstein (2010).

O alto percentual de dermatite atópica corrobora com os dados publicados por Souza et al. (2009), em que representou 44,21% de todas as dermatites alérgicas em cães no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Estudos realizados no Norte do Paraná por Cardoso et al. (2011), e em Cuiabá, Mato Grosso por Gasparetto et al. (2013), identificaram respectivamente, que os casos de atopia correspondiam a 27,78% e 10,5% dos casos de dermatopatias de origem alérgicas. Os critérios de Willemse, modificados por Pélaud et al. (1998) utilizaram uma combinação de histórico e sinais clínicos para o diagnóstico clínico de dermatite atópica que incluem, (1) prurido, que cessa com o uso de corticoides, (2) eritema das pinas, (3) pododermatite eri-tematosa cranial bilateral, (4) queilite e (5) apresentação dos primeiros sinais entre 6 meses e 3 anos de idade.

No presente estudo esses critérios foram preenchidos, como a faixa etária e resposta ao uso de corticoides, a localização das lesões que prevaleceram nos membros torácicos, dorso e abdome. Embora os resultados tenham demonstrado que os cães com DA eram na grande maioria adultos, o que não significa que a doença não ocorra em cães jovens, visto que na maioria dos históricos clínicos os animais apresentavam o problema há vários meses ou anos.

Nesse estudo chama atenção o diagnóstico da dermatite atópica em dois filhotes de três e quatro meses de idade, diferentemente do que foi descrito por Medleau et al. (2009) e Cardoso et al. (2011), onde não verificaram a doença em caninos com menos de seis meses de idade.

No presente estudo o acometimento de dois cães com menos de seis meses se deve a ocorren-cia da sensibilização primária que pode ser desencadeada dependendo dos alérgenos envolvidos, levando ao aparecimento dos sinais clínicos e as lesões da dermatite atópica antes dos seis meses de idade. Situação semelhante ao que é descrito por Scott et al. (2001) e Dethioux (2006), onde foi observado que os cães que nasciam na primavera, época de polinização, desenvolviam a DA com quatro meses.

No presente estudo a DA foi mais frequente em cães de raça definida, o mesmo foi observado em um estudo no Norte do Paraná, onde 40% dos cães foram da raça lhasa Apso (Cardoso et al. 2011). Estudos semelhantes também já foram realizados demonstrando predisposição por diferentes raças (Griffin & DeBoer 2001, White 2003, Gross et al. 2009), enquanto Lucas (2007) diagnosticou a DA em cães SRDs. Neste estudo a DA foi mais frequente em cães machos do que nas temeas, mesmo assim não podemos afirmar que ocorre predileção por sexo, semelhante aos dados observados por Cardoso et al. (2011).

A hipersensibilidade alimentar foi observada em menor percentual por Souza et al. (2009) e Cardoso et al. (2011) que encontrou 11,11%. Já Salzo & Larsson (2009) observaram a prevalência mais próxima do encontrado nesse estudo com 17,1%. O sinal clínico mais evidente nos seis casos foi o prurido associado a outros sinais clínicos. As lesões macroscópicas e a distribuição anatômica foram semelhantes às descritas por Medleau & Anilica (2009), Salzo
& Larsson (2009) e Rondelli et al. (2015).

No presente estudo a associação da corticoterapia e a
dieta de substituicão demonstram ser uma terramenta tanto de diagnóstico quanto terapêutica, corroborando com os estudos de Salzo & Larsson (2009) e Rondelli et al. (2015).

Houve maior ocorrência de HA em cães sem raça definida, diferente do observado por Salzo & Larsson (2009), que verificou maior frequência em cães da raça Poodle. Neste estudo as femeas foram mais acometidas, diferente do observado que obteve maior frequência em cães machos (Sal-20 & Larsson 2009. Os animais acometidos tinham idade superior a dois anos, o que também foi descrito na literatura, porém de acordo com White (2003), a hipersensibilidade alimentar deve sempre constar do diagnóstico diferencial de prurido em cães jovens com menos de um ano.

Apesar da DAC ser relatada como rara ou infrequente, foi possível diagnosticar dois casos, demonstrando que a doença ocorra com mais frequência e não é diagnosticada pelos clínicos e dermatologistas por falta de conhecimento, por ser uma doença de reação imunológica tardia ou por que a DAC se assemelha muito com outras dermatites alérgicas (Gross et al. 2005).

Há também a resistência em realizar exame histopatológico por parte dos proprietários.

Na DAC de algodão e na DAC ao desinfetante de limpeza, os achados foram semelhantes aos descritos por diferentes.

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